Bahia registra recorde de apreensões de fuzis; 51 armas foram apreendidas em 2023

Estado vive uma onda de violência desde julho deste ano.

Bahia registra recorde de apreensões de fuzis; 51 armas foram apreendidas em 2023
Imagem: Reprodução

A Bahia registrou o recorde de apreensões de fuzis em um ano. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-BA), 51 armamentos foram apreendidos entre janeiro e outubro de 2023.

A Bahia vive uma onda de violência desde julho deste ano. O estado registrou ao menos 71 mortes durante confrontos com a polícia no mês setembro – 66 delas de suspeitos de envolvimentos com crimes, uma de um policial federal, o agente Lucas Caribé, e dois policiais militares.

Jequié, cidade mais violenta do Brasil, ainda registrou uma chacina com seis mortos da mesma família, no início de outubro. Apenas no primeiro fim de semana deste mês, ao menos 16 pessoas morreram a tiros em ações contra as forças de segurança da Bahia.

A SSP-BA informou que os dois fuzis apreendidos foram encontrados pela Polícia Militar no sábado (21), após perseguição a detentos na região de Mata Escura, em Salvador.

O órgão de segurança acredita que a ampliação do trabalho de inteligência, com as implantações de novos Núcleos, e a integração das Polícias Militar, Civil e Federal, consolidada com a instalação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) têm relação direta com as apreensões.

 

Grandes apreensões em Salvador

 

Bahia registra recorde de apreensões de fuzis — Foto: Divulgação/SSP-BA

Bahia registra recorde de apreensões de fuzis — Foto: Divulgação/SSP-BA

As grandes apreensões de fuzis no ano de 2023 aconteceram durante ações nas regiões de Tancredo Neves, Calabar e Valéria, bairros periféricos de Salvador. Conforme a SSP-BA, em todos os casos, o trabalho de inteligência norteou as forças de segurança na repressão dos crimes.

Em junho, uma campana para impedir que um grupo com dezenas de integrantes de facção atacasse traficantes rivais na região do subúrbio, resultou na localização de 13 fuzis. O ataque foi frustrado e, durante perseguição que terminou no bairro de Tancredo Neves, as armas longas foram encontradas.

No mês de setembro, um grupo de criminosos gravou um vídeo exibindo fuzis e indicando uma "invasão" na região do Calabar e Alto das Pombas. Dois dias após a divulgação, as forças de segurança fecharam o cerco contra o bando e apreenderam seis fuzis.

Outro caso de repercussão com apreensões de fuzis aconteceu em Valéria, também no mês de setembro. Três armas do calibre 5,56 foram achadas com integrantes de duas facções, além de granadas.

 

Violência na Bahia

 

A violência na Bahia e as ações da Secretaria de Segurança Pública estadual ganharam repercussão nacional desde o mês de julho de 2023.

Já no início de setembro, os moradores dos bairros vizinhos Alto das Pombas e Calabar, viveram dias de pânico com troca de tiros, mortes e quatro situações com reféns. Dias depois, em 15 de setembro, um policial federal foi morto em uma operação das polícias Civil e Federal no bairro de Valéria. Além dele, outros dois agentes, sendo um civil e um federal, ficaram feridos.

 

Segundo Marcelo Werner, a guerra entre facções criminosas é a principal responsável pela violência na Bahia.

De acordo com o gestor da Segurança Pública, a Bahia intensificou as ações integradas entre as polícias devem ajudar nas operações em repressão ao crime organizado. As polícias Militar e Civil agora contam com a ajuda dos veículos blindados da Polícia Federal que foram enviados à Bahia.

O gestor afirmou que também está sendo realizado um trabalho de investigação dentro do sistema prisional e em bairros de Salvador. Segundo Werner, a polícia deve permanecer em localidades estratégicas para o combate às facções.

Em 20 de setembro, Werner participou de uma reunião com os deputados na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), em Salvador, e durante coletiva de imprensa, o líder da pasta falou do efetivo policial no estado e sobre o problema do avanço dos grupos criminosos.

"A segurança pública e o tema do avanço do tráfico de drogas das facções não é um problema local, temos que entender isso como um problema nacional", disse na ocasião.

Fonte: g1 Bahia