Revendedoras de gás continuam em crise de desabastecimento na Bahia

Situação no interior do estado é crítica

Revendedoras de gás continuam em crise de desabastecimento na Bahia
Imagem: Reprodução

As revendedoras de gás de toda a Bahia continuam passando por crise de desabastecimento. Devido a uma manutenção na Refinaria de Mataripe, a distribuição de gás foi reduzida para as distribuidoras, e, consequentemente, para revendedoras, e para o consumidor final. Cerca de metade das revendedoras estão fechadas, pela escassez do produto.

Ao CORREIO, a Acelen, dona de Mataripe, estimou no último sábado (10) que entre quatro a cinco dias deveria voltar a entregar o produto acima da cota contratual estipulada para o período de manutenção. De acordo com o Sindicato dos Revendedores, no entanto, o gás ainda não foi repassado, e a situação é crítica.

"Estamos na esperança de receber o produto hoje, mas provavelmente só amanhã, e não com o pedido integral. Ou seja, a oferta de gás que tem sido feita pela Acelen é em forma de rateio", estima Robério Souza, presidente do Sindicato Dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (SinRevGás).

Ele explica que, mesmo que a distribuição seja feita amanhã, o cenário de crise dificilmente mudará. "O que a gente está recebendo não atende um turno de trabalho. E a situação é difícil em Salvador, e Feira, mas está ainda pior no interior, onde algumas cidades enfrentam colapso pela falta de gás".

Dono de sete revendedoras em Salvador, Welbert Reis afirma que faz seis dias que cinco delas estão fechadas, devido à falta do produto. As outras duas fecharam nesta quarta-feira (16). 

"A última informação que tive da distribuidora é que a Acelen estava contratando navios para trazer o GLP de outro país e que, por isso, demoraria a chegar. Enquanto isso, vivemos o momento mais crítico do desabastecimento até agora", pontua. A Acelen está importando gás de cozinha da Argentina e retomando a operação de uma unidade que estava parada há três anos para acelerar o processo de fornecimento do gás de cozinha (GLP).

Para Welbert, o único motivo pelo qual o cliente não ficará completamente desabastecido são os estoques feitos pelas distribuidoras.

Mas Robério explica que o rateio já chegou nas quatro que repassam para as centenas de revendedoras na Bahia.

"Eu, que compro da Ultragaz, só tenho recebido metade. A distribuidora, que comercializa em média 15 mil unidades/dia, tem recebido 7 mil. Ela pega a cartela de 280 revendedores, e rateia entre todos eles. Temos recebido praticamente nada."

Através de nota, a Acelen informou que vem tomando todas as medidas para normalizar o suprimento de GLP para os distribuidores. A empresa diz que as paradas de manutenção programada ou reativação na refinaria foram informadas com a devida antecedência à agência reguladora e aos clientes.

Veja medidas adotadas, de acordo com a empresa:

  • Foi ampliada a contratação de navios para reforço do abastecimento até que a produção na Refinaria de Mataripe tenha sua capacidade total inteiramente regularizada.
  • Como parte do plano de investimentos de R$ 1 bilhão em modernização, está sendo reativada uma importante unidade, fora de uso há anos. A operação está próxima da estabilização e a expectativa é que, nos próximos dias, já seja possível retornar ao suprimento de 100% dos volumes contratados com os distribuidores.