Secretário fala em 'cultura de paz', após ministro acionar ouvidoria por mortes em confrontos

Marcelo Werner respeita posicionamento do ministro Silvio Almeida, mas reforça necessidade de combate às facções

Secretário fala em 'cultura de paz', após ministro acionar ouvidoria por mortes em confrontos
Imagem: Reprodução

Após o ministro Silvio Almeida acionar uma Ouvidoria de acompanhamento das 30 mortes ocorridas durante ações policiais na Bahia, entre 28 de julho e 4 de agosto, o secretário de Segurança da Bahia, Marcelo Werner, afirmou que o órgão estadual está alinhado com o governo federal. A declaração foi feita durante a inauguração de uma unidade da Polícia Civil no SAC Shopping Salvador, nesta segunda-feira (7).

"A gente recebe todas as observações e colocações do ministro Silvio. Existe um alinhamento muito grande entre secretarias e os governos federal e estadual. Em toda e qualquer ocorrência que envolve violência, adotamos todos os procedimentos necessários para a apuração dos fatos", afirmou Werner.

No último sábado (6), o chefe da pasta de Direitos Humanos e Cidadania do governo federal anunciou que a Ouvidoria do órgão vai acompanhar as investigações dos casos baianos, que ocorreram nas cidades de Salvador, em Camaçari, Região Metropolitana, e em Itatim, a cerca de 200 km da capital. Os casos aconteceram em oito dias.

Segundo o ministro, intervenções policiais que resultam em números expressivos de mortes "não são compatíveis com um país que se pretende democrático e em consonância com os Direitos Humanos".

Werner demonstrou respeito pelas colocações de Silvio Almeida, mas também ressaltou a importância do enfrentamento contra as facções, que amedrontam e geram violência em diversos pontos da Bahia e em todo o Brasil.

"Nossas diretrizes são de cultura de paz, de preservação à vida. A gente vem trabalhando de forma intersetorial, conversando, para que possamos adotar ações que diminuam a violência e a criminalidade, mas também temos que realizar esse enfrentamento às facções", disse.

Ainda conforme Marcelo Werner, mais de 65 ataques a viaturas foram registrados em 2023. Além disso, o secretário informou que, dentro de um ano e meio, 100 policiais foram feridos durante ações no estado.

A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos vai investigar os casos e ouvir as autoridades e os moradores da região. O mesmo procedimento foi adotado, na semana passada, para apurar as mortes no Guarujá, no litoral paulista, de alvos de uma operação da PM de São Paulo. 

Fonte: Correio24horas